“Só o
evangelho resolve o problema da morte”
John Piper
“Onde está,
ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão
da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus, que nos dá
a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo”.
Paulo, o
apóstolo
Na última
semana (última de novembro e primeira de dezembro de 2016), houve a tragédia do
ano. Impactou o mundo e cada vida existencialmente. O avião que transportava
jornalistas e o time da Chapecoense, que estava em ascendência com seu futebol,
caiu e com isso várias vidas foram ceifadas.
Há pergunta
existencial que há para todos nós neste momento a fim de buscarmos uma resposta
apologética (pressuposicional; consistência sistemática; relvante-existencial;
John Edward Carnell) partindo do pressuposto da fé cristã revelada nas
Escrituras é: Quais lições tal tragédia nos ensina?
Bem,
tentarei apontar algumas:
FRAGILIDADE
DA VIDA
A vida é um
sopro… A juventude não é eterna… Somos seres frágeis… Diante de Eclesiastes (um
livro que tem ar de desespero, mostrando o vazio da vida), capítulo 11,
versículos 9 – 11, podemos afirmar que nossa vida é curta para a vivermos
irresponsavelmente e três princípios precisam ser observados diante disso.
Primeiro, precisamos renunciar os almejos de nosso coração (verso 9ab),
pois Deus pedirá contas (9c, 11 e 14), logo, fujamos dos desejos pecaminosos
que o coração traz (10), porque a juventude é vaidade – do hebraico “hebhe,”
tem o significado de “vapor” ou “sopro”, portanto, a juventude é
como vapor e o sopro, vêm e passam igual à vida de vaidades (10c).
Segundo,
precisamos de estimulo e firmeza (capítulo 12.11). O Aguilhão era
um objeto formado de couro cru e composto de ruelas de aço, sua medida era de
1,80m, servia para fazer os animais andarem. Ele serve como analogia de estimulo
para nossa vida cristã. Os pregos naquele tempo eram grandes para firmarem
fortemente as coisas, e serviam para mantêm os animais amarrados. Ele serve
como analogia de firmeza para nossa vida cristã. Juntando os dois
podemos concluir que devemos nos estimular e nos firmar na palavra, na fé
cristã revelada nela, cada vez mais.
Terceiro
(capítulo 12.13) aprendamos a temer a Deus e guardar os mandamentos dEle
(Sl 119.9 – 11), pois são a fonte da sabedoria. Portanto, em suma, devemos
reconhecer que nossa vida é um passar rápido neste mundo, e passará como ele,
mas a nossa vida de integridade diante Deus e sua palavra será permanecida
eternamente e cada um terá a recompensa conforme a buscou. Sugiro ainda, para
complementar este tópico, a leitura de Sl 90.9 e 10: Pois todos os nossos
dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um conto
ligeiro. A duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela sua
robustez, chegam a oitenta anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa
rapidamente, e nós voamos.
DOUTRINA E
NATUREZA DA MORTE
Existem duas
doutrinas filosóficas que precisamos levar em consideração, a saber: 1)
Fatalismo, a qual ensina que tudo acontece no universo é por forças externas
onde a escolha e o esforço do ser-humano não faz diferença. 2) Determinismo, a
qual ensina que todos os acontecimentos do universo obedecem às leis naturais
de tipo causal.
O acidente
com o avião e, consequentemente, as mortes que houve lá são consideradas um
fatalismo, pois elas foram realizadas por uma força externa e o ser-humano nada
pode fazer para mudar tal; como também um determinismo, pois obedecem às leis
naturais (ciclo natural da vida), neste último podemos compreender melhor com
tal ilustração:
Há muitos e
muitos anos atrás, num dos vilarejos que sempre existiram nos arredores de
Bagdá, um homem mandou seu escravo ir à feira livre.
Quase uma hora depois, o serviçal entra correndo pela porta da frente, em pânico, gritando:
Quase uma hora depois, o serviçal entra correndo pela porta da frente, em pânico, gritando:
– Meu senhor, meu senhor… por favor, empreste-me um camelo… eu preciso fugir.
– O quê está havendo, homem, perguntou-lhe o senhor.
– Eu estava na feira, como o senhor me mandou, e tive a infelicidade de dar de cara com a “dona” Morte, e ela olhou para mim com um olhar ameaçador. Por favor, meu senhor, empreste-me um camelo. Tenho parentes em Bagdá e lá ela não vai me encontrar. Sei onde me esconder… a cidade é grande.
O homem emprestou o camelo ao seu escravo, vestiu sua vestimenta e foi à feira. Encontrou-se com a “dona” Morte e foi logo lhe perguntando:
– “Dona” Morte, por quê a senhora olhou para o meu escravo com um olhar ameaçador?
– Em absoluto, respondeu a Morte, não olhei para o seu escravo com um olhar ameaçador. Olhei para ele com um olhar de espanto, pois tenho um encontro com ele daqui há pouco em Bagdá e não entendi como ele ainda está aqui.
Por
conseguinte, a tragédia que gerou a morte deles faz que urja a necessidade de
refletirmos que todos nós morreremos (fatalismo) e não sabemos quando tal foi
determinada para acontecer (determinismo). Com isso em mente eu te pergunto:
Qual é a sua esperança além-mundo? Qual é a sua consolação? Talvez um
envolvimento bíblico-doutrinário do que é a morte nos leve a uma consolação e
conforto sobre tal tema neste tempo de tragédia como para um apontamento
futuro. Para isso responderemos três perguntas:
O que é
morte? Ela é a consequência do pecado (Gn 2.16 e 17; Rm
6.23) e a perca da benção do homem de ter a vida eterna aqui na terra, como,
também, a extinção da vida física, onde o corpo volta ao pó da terra (Gn 3.19;
Ec 12.7)
Quais são as
mortes existentes? 1) Espiritual, a separação do indivíduo de
Deus (Rm 3.23). Nossa alma está com uma barreira entre ela e Deus, e a solução de tal
está na história da paixão de Cristo e nossa vida voltada a isso. 2) Física, é
a separação entre a alma, o espírito e o corpo (Gn 2.17; 3.19; Ec 12.7; Rm
5.12; 6.23); sobre essa que estamos refletindo. 3) Eterna, é a segunda morte, é
a separação eterna do indivíduo com Deus onde será condenado e sofrerá para
sempre (Mt 13.49 – 50; 25.41; Lc 16.19 – 31; 2 Ts 1.7 – 9; Ap 2.11; 20. 6 e 14;
21.8). Aqui a alma será para sempre distanciada e separada de Deus e sobre tal
é que deve está nossa maior preocupação, se a herdaremos ou não. Para não
herdá-la é preciso haver a entrega voluntária de nossas vidas a Cristo Jesus.
O que ocorre
com os cristãos pós-morte? A alma não
adormece, portanto, não está certa a doutrina do sono da alma (Ec 12.7; Lc
16.22 – 25; 23.43; At 7.59 e 60; Hb 12.23; Ap 6.9 – 11); não vai ao purgatório,
portanto, não está certa tal doutrina (1 Co 3.15); não voltará viver em outro corpo, portanto, a
doutrina da reencarnação cai por terra (Hb 9.27; falta de textos para basear
essa doutrina). Para os salvos, a morte é a
passagem para a vida eterna com Cristo (Lc 16.20 – 24; 23.46; 2 Co 5.1, 6 – 8 ;
Fp 1.23), em estado de consciência.
Diante de
toda essa exposição gosto de fazer um insight entre o que o filósofo
Kant falou certa vez, “se vale a pena viver e se a morte faz parte da vida,
então, morrer vale a pena”, com as palavras do apóstolo Paulo em 2Co 5.6 –
8 e Fl 1.21.23: Pelo que estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto
estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor (Porque andamos por fé e não por
vista.). Mas temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para
habitar com o Senhor… Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas
de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo,
porque isto é ainda muito melhor.
CONCLUSÃO
Lamentavelmente
a nossa cultura ocidental nos ensina a fugir da reflexão sobre este tema e
conceito, todavia, em contraponto o salmista nos instrui em oração ao Senhor: Ensina-nos
a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio (Sl
90.12). Por fim, para complementar, deixo esta reflexão de três minutos
de John Piper, veja no link a seguir:
Fonte: www.napec.org
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